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Mostrando postagens de 2014
O jornal Reflexos de Universos em sua edição nº83 publicou uma seleção de registros fotográficos que realizei nas cidades de Recife, Londres e Marseille. As fotos de grafites revelam a poesia da arte exposta nas ruas, libertadas do confinamento das galeria e ofertando-se ao olhar de todos numa clara demonstração de que a arte não deve ser para poucos. O belo texto de Hermes Peixoto conta um pouco da história do grafite e da arte que sai das galerias para as ruas.

demônio de moon

por estranha casualidade ou maquinismo qualquer juntamos nossas marcas no sangue feito indecência e vítimas da insânia Todas as coisas são vãs à iminência de abortar um amor que ultrapassa os limites da normalidade A querência ínfima quando perdido se está e nem um passo a mais nos afasta do abismo Que posso fazer com o meu corpo ávido e a alma em delírio O tempo pastor inocente descarrila nossos anseios e “os meus olhos de cão” empalidecem na tirania das esperas Os barulhos e os vis transeuntes nos desconhecem Somos vacas percorrendo o corredor do abate sem derramar uma lágrima sequer por desconhecer o irreversível da caminhada O pasto é verde e nossa língua não alcança a cristalinidade daquela água o rebanho passa por nós e continuamos na contramão carregando “o abismo na alma” somos o próprio abisso no nosso passo avesso juntando as cartas para tornar espalha-las ao vento enlouquecendo a multidão de dentro e de fora dos edifícios Aquelas mulheres continuam junto às mesas engordan

ainda poesia

INFLEXÃO PERANTE ALLEN GINSBERG E HENRY THOREAU o sagrado coração reumático de elenor um olhar estranho – olhar não cego de poeta com olhos de anjo anjos maometanos anjos loiros anjos de rilke – terríveis a bíblia sagrada com seus uivos de anjos terríveis não causa assombro ao caminhante desobediente trilhando as margens do rio à margem dos anjos  Graça de Sena

março

amanheci versos após noite espessa  sonhei estrelas, cometas e duro carvão  só não escrevi na pedra nenhum poema de dor ou talvez covardia  ancoro sonhos no presente fluido  andarilha erma sigo  pés experimentando o lodo  fímbria  pedregulho  mato  chão  chã  graça sena  março, 08 2014