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Mostrando postagens de novembro, 2011

a hera do tempo

somos a idade da pedra a hera do tempo cavalgando os ventos de Iansã somos a busca e o procurado o pesadelo de Lilith dançando na fogueira do amor a eternidade somos nós pois o tempo não pesa para os nossos pés que não se cansam de caminhar Graça de Sena 03.08.1989 Este poema, escrito num cartão vermelho de Josilton Tonn, foi criado a 11.000m de altitude para um sacerdote negro que descobriu comigo analogias entre Lilith e Iansã.

Soneto do gato morto

Um gato vivo é qualquer coisa linda   Nada existe com mais serenidade   Mesmo parado ele caminha ainda   As selvas sinuosas da saudade   De ter sido feroz. À sua vinda   Altas correntes de eletricidade   Rompem do ar as lâminas em cinza   Numa silenciosa tempestade.   Por isso ele está sempre a rir de cada   Um de nós, e ao morrer perde o veludo   Fica torpe, ao avesso, opaco, torto   Acaba, é o antigato; porque nada   Nada parece mais com o fim de tudo   Que um gato morto.   Florença, Novembro de 1963   Vinicius de Morais, Livro de Sonetos Visconde, saudade (16.11.2011)

Arte e vida severina

A tarde noite de ontem vibrou numa atmosfera quase mágica. A poesia invadiu a Casa da Cultura permeada de lembranças, histórias, memórias e um certo ar de melancolia. Meio que pra combinar com a noite chuvosa.  O velho amigo Cyro Mascarenhas Rodrigues contribui para o ar de sarau com poesias e mais poesias: sonetos, endrisos e poetrix . Conceitos estes que só ele pra explicar. Frequentadores assíduos do Papo no Pátio como Geysa Coelho, Fabrício Salomão e Rogério Lima mais outros que apareceram pela primeira vez trouxeram o auxílio luxuoso da música.  De tudo um pouco se viu desfilar: poemas falados, poemas cantados, poemas visuais. A vida foi o grande tema. Saí radiante da grande noite de quarta. Hoje, para minha tristeza, a vida imita a arte e serve de bandeja a desgraça cotidiana.

Uma pessoa de Pessoa

Da mais alta janela da minha casa Com um lenço branco digo adeus Aos meus versos que partem para a humanidade. Alberto Caeiro Mais um post da série Quartas Literárias - Café com Poesia. No dia 01 de setembro de 2007 Hermes Peixoto interpretou poemas de Fernando Pessoa no Teatro do Porão - Casa da Cultura Galeno d'Avelírio.