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I was dreaming in my dreaming




restos... pandarecos... cacos... pedaços... vampirização de textos sem a audácia do mestre da biutice+, ora vampirizado semvergonhamente
espalhando pitadas, atirando cascas de laranja na chuva das urânias
“uma voz que atravessava séculos, tão pesada que quebrava o que tocava, tão funda que suspeitei que soasse em mim com ressonância eterna; uma voz enferrujada com o som de pragas e dos gritos ásperos que brotam do delta do último paroxismo do orgasmo.” *
assoviando tulipas roxas na cara patética do número um
risco de asco
arremesso medos num jogo de opostos, o avesso,
o inverso da razão
o pedaço cuspido da maçã que alguém mordeu
o lado escuro do espelho

hoje não fitei teus olhos vesgos
SERÁ QUE ALGUÉM SABE QUEM EU SOU?
Nem o mundo, nem mesmo o sol podem mostrar simultaneamente ambas as faces.
EU SOU A TUA OUTRA FACE
Com teus olhos de pedra
meio da madrugada o perigo: buraco negro das palavras
corria o risco de fazer poesia
visitam-me as criaturas da noite
e nenhum gole de vinho para saciar o pânico
a noite fora calma e nem chegamos a lou reed
a gata negra invade o sono deslizando felínica nos lençóis
há tempos não vejo seu riso palhaço
um tanto pior que os delírios noturnos
as vozes que ouço são cachorros uivando pra lua escandalosamente cheia que eu não vejo
sou cachorro efêmero vagando nas dobras da noite
implorando um fiapo de carinho
NINGUÉM ME VÊ
não sou um anjo caído nem retalho de asa perdida
não sou penugem que voa
onde está meu melhor amigo que não pousa na janela e sorri mesmo que um riso cínico?
a voz do menino grita meu nome a pleno sol e ainda é noite
não sei vencer: copio sonhos alheios com a mediocridade barroca de quem destrói de dia o que construiu ao anoitecer



________________
+ estação Uilcon
* retalhos de Anais Nin

Comentários

anjobaldio disse…
Lou Reed é a trilha sonora do desespero insano e doce.
eiraza disse…
Graça,
O título do seu blog reúne duas palavras imponentes por vezes antagônicas. A expressão exata dessa união consigo enxergar nas obras de Gustav Klimt, que como você, consegue reunir sensualidade e morbidez em obras que a exemplo de Judith, nos remete à reinvenção de impressões e sensações.

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